Brasília / DF - quinta-feira, 02 de maio de 2024

Encontro Anual da Sociedade Internacional de Sexualidade Feminina 2018







Participação como ouvinte no ISSWSH Annual Meeting, encontro da "International Society for the Study of Women’s Sexual Health", de 08 a 11 de fevereiro de 2018, em San Diego.


Trata-se do congresso mundial mais importante na área da sexualidade feminina, que contou com a participação de grandes nomes mundiais da sexualidade, como: Dr Irwin Goldstein, Dra Sharon Parish, Dra Anita Clayton, Dr Andrew Goldstein, Dra Leah Millheiser e Dra Rossella Nappi.


Foi uma excelente oportunidade de atualização e busca de conhecimentos em relação as novidades mundiais na área da sexualidade feminina.

Alguns pontos importantes discutidos no Congresso:

  1. O conhecimento de que o Transtorno da Excitação Genital Persistente (PGAD – Persistent Genital Arousal Disorder) tem causas centrais e periféricas.
    Dr Irwin Goldstein apontou a relação do Cisto de Tarlov com o Transtorno da Excitação Genital Persistente. Muitas mulheres estão se curando desse diagnóstico extremamente incomodativo, que leva a depressão e até suicídio, pela retirada do cisto. Recomenda-se a realização da Ressonância Magnética da região sacral para descartar o Cisto de Tarlov, que tem indicação cirúrgica. 
  2. Dr Irwin Goldstein apresentou as diferenças cerebrais comparando-se mulheres com desejo sexual hipoativo e mulheres sem esse diagnóstico e falou sobre a neuroplasticidade cerebral influenciada pelos inumeros tratamentos para esse transtorno, como: flibanserina, psicoterapia, bupropiona, buspirona, bremelanotide (ainda em fase de estudo).
  3. Ele trouxe ainda as inúmeras causas de vulvodínea, entre elas: uso de contraceptivos, resposta exagerada à candidíase e alergênicos, prática de ciclismo, partos, vestibulodínea neuro-proliferativa congênita e adquirida e causas psicológicas; mostrando porque esse diagnóstico é tão desafiador em relação a causa e tratamento.
  4. A Dra Leah Millheiser trouxe as opções de tratamento para a Síndrome Urogenital da Menopausa. Falou de tratamentos hormonais, lubrificantes, hidratantes e novos medicamentos ainda não disponíveis no Brasil, como o Ospemifene (SERM de uso oral) e a Prasterone (DHEA intravaginal). Falou ainda dos benefícios da laser terapia.
  5. A Dra Sharon Parish falou sobre o tratamento androgênico para o desejo sexual hipoativo. Ela afirmou que: “O uso da terapia androgênica para o tratamento do transtorno do desejo sexual não se baseia em uma relação entre os sintomas e as dosagens laboratoriais, mas, ao invés disso, na evidência clínica que a administração de testosterona exógena melhora problemas sexuais mais comuns, como: desejo, excitação, prazer e a satisfação sexual.” Efeitos androgênicos dependem de variações individuais na enzima 5 alfa redutase e aromatase, além da resposta do receptor de androgênio. A dosagem de testosterona sérica não corresponde a ação ou exposição tecidual aos androgênios. Falou da não indicação da terapia androgênica antes da menopausa e da falta de evidências científicas que apoiem o uso de DHEA.