Brasília / DF - quinta-feira, 02 de maio de 2024

Dor no Ato Sexual

Dispareunia: Informações às pacientes

O ato sexual é um momento de intimidade e prazer e nunca deveria ser acompanhado de incômodos ou dores. Dores antes, durante e após a penetração, persistentes ou recorrentes nunca serão consideradas normais.


Existem inúmeros fatores que podem contribuir para que uma mulher tenha dor na penetração vaginal, também chamada de Dispareunia, sejam causas orgânicas (ou físicas) ou causas psicológicas. Apesar de doenças psicológicas serem pouco conhecidas (inclusive por alguns ginecologistas), elas podem contribuir para casos severos de dor e até impossibilidade de ter o ato sexual com penetração.


Uma das causas psicológicas para a impossibilidade ou dor no ato sexual é o que chamamos de Vaginismo. O Vaginismo é uma contração involuntária da musculatura do assoalho pélvico. Ou seja, o músculo contrai, podendo fechar ou estreitar a entrada da vagina, independente da vontade da mulher. É um quadro que geralmente tem sua origem em eventos adversos psicológicos, mas que pode ser tratada com fisioterapia e terapia sexual. Na terapia sexual serão abordadas as causas prováveis, tabus em relação ao sexo, serão ensinados exercícios de relaxamentos e respiratórios, uso de dilatadores e exercícios alternativos à penetração para o casal durante o tratamento. A terapia sexual para o tratamento do Vaginismo costuma ser breve e com resultados muito favoráveis mesmos nos casos mais severos (quando não é possível nem introduzir um cotonete). A cura é definitiva e a paciente após o tratamento poderá ter uma vida normal, inclusive muitas conseguem ter parto normal após o tratamento.


Um fator que diferencia o Vaginismo das causas orgânicas é que o Vaginismo não costuma causar dor profunda. Dores profundas na vagina ou no baixo ventre falam mais a favor de causas físicas, como: endometrioses, tumores, miomas ou causas intestinais.


Causas físicas que também podem causar dor são: infecções ginecológicas (como candidíase), infecções urinárias, dermatites, doenças sexualmente transmissíveis, complicações pós cirúrgicas (pós parto normal, histerectomia, perineoplastia), causas relacionadas à baixa lubrificação (falta de preliminares, gravidez, amamentação, menopausa), complicações de tratamentos como radioterapia ou quimioterapia, cistos e tumores vaginais ou vulvares.


Em um primeiro momento, causas físicas deverão ser descartadas por um ginecologista, para cada uma dessas causas, existe um tratamento específico.


Descartando-se as causas físicas, se torna mais provável que a causa do problema seja psicológica e a conduta recomendável é buscar um especialista em sexualidade para uma abordagem integral.